Condomínios industriais: aposta para acelerar a reindustrialização do Brasil e oportunidade imobiliária
July 17, 2025

Modelo atende à urgência de acelerar investimentos, reduzir riscos e gerar desenvolvimento econômico regional
O que vem sendo chamado de “reindustrialização” do Brasil é uma das poucas pautas que mobilizam diferentes entes governamentais no mesmo sentido: municípios, estados e governo federal. E é uma oportunidade para os players imobiliários com capacidade de atender à demanda por espaços industriais.
Não faltam exemplos da intenção do poder público de estimular o setor, como o próprio plano Nova Indústria Brasil, lançado pelo Ministério da Indústria, ou os incentivos regionais, a exemplo do que vem sendo feito por governos estaduais como Minas Gerais ou Bahia, que reformularam sua política de incentivos industriais.
Ao mercado imobiliário cabe olhar para esse cenário, viabilizar soluções inovadoras, criar valor para empresas e comunidades e, ao mesmo tempo, capturar oportunidades de negócios com projetos de alta rentabilidade. Os condomínios industriais representam uma dessas soluções – um modelo que atende à urgência de acelerar investimentos, reduzir riscos e gerar desenvolvimento econômico regional.
Diferentemente do tradicional processo de implantação de uma indústria em terrenos isolados, marcado por entraves burocráticos, altos custos de infraestrutura e longos prazos de licenciamento, os parques industriais multiempresariais entregam uma alternativa mais ágil e competitiva. Com infraestrutura de ponta, localização estratégica e serviços compartilhados, esses empreendimentos não só simplificam a instalação de novas plantas como também se tornam plataformas para integração entre empresas, fornecedores e comunidades locais.
Um estudo da PwC Brasil reforça a atratividade do modelo ao apontar que projetos industriais em condomínios podem reduzir em até 40% o tempo de implantação e em 20% os custos operacionais com infraestrutura. Em um país onde a burocracia é historicamente um desafio para investidores, esses ganhos representam uma vantagem decisiva. Além disso, a adoção crescente de práticas ESG nos projetos – como eficiência energética, reuso de água, gestão de resíduos e certificações ambientais – agrega valor ao ativo imobiliário e o torna mais alinhado às exigências de investidores globais e das próprias cadeias produtivas.
É uma equação que une impacto econômico positivo e rentabilidade, criando um círculo virtuoso entre indústria, infraestrutura e desenvolvimento regional. Nos próximos anos, espera-se uma expansão significativa dos condomínios industriais no Brasil, impulsionada pelo crescimento do e-commerce, pela necessidade de logística eficiente e pelo interesse de fundos imobiliários e players internacionais em ativos produtivos de qualidade.
Regiões com vocação industrial e logística consolidada, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, seguirão liderando, mas há grande espaço para expansão em áreas estratégicas do interior e no entorno de pólos agroindustriais.
Acompanhei recentemente o caso da instalação da multinacional DSM-Firmenich em um parque industrial em Minas Gerais, um exemplo concreto do poder desse modelo. A unidade foi concluída em apenas 16 meses – da aquisição do terreno à operação da fábrica, um feito raro no Brasil. Segundo a empresa, a combinação de infraestrutura pronta, agilidade no licenciamento e suporte técnico foi determinante para o investimento se concretizar.
Outro caso que vale ser conhecido são os projetos do Brazilian Business Park (BBP) na cidade de Jarinu, no interior de São Paulo, que com uma ampla visão de negócio, agregou valor com a oferta de inúmeras facilidades para a implantação e operação das plantas industriais nos condomínios desenvolvidos.
Os casos ilustram como os condomínios industriais podem ser catalisadores de uma indústria mais ágil, integrada e com maior impacto regional. É o momento de olhar para os condomínios industriais não apenas como uma resposta às necessidades da indústria, mas como uma oportunidade para nosso setor inovar, capturar valor e participar ativamente da construção de um Brasil mais competitivo e sustentável. O potencial está posto: cabe a nós materializá-lo com visão de longo prazo, projetos de qualidade e gestão profissional.
July 17, 2025